reino Animalia
filo Chordata
classe Aves
ordem Gruiformes
família Rallidae
nome científico Aphanapteryx
bonasia Sélys-Longchamps
nome comum Galinhola-vermelha
das Maurícias, Red Rail, Râle de Maurice, Rascón Rojo
EXTINTO
1700
última localização
Maurícia
características
espécie única do género Aphanapteryx, era pouco maior do que uma
galinha, possuía pernas compridas e um bico longo e ligeiramente curvado e
algumas ilustrações sugerem que tinha uma crista na nuca;
a plumagem, castanho-avermelhada, era
composta por penas macias parecidas com pelos; a cauda não era visível na ave
viva, e as curtas asas, que não lhe permitiam voar, quase pareciam desaparecer no
meio da plumagem; no geral, a sua aparência assemelhava-se à de um carão ou de
um kiwi esbelto;
o
primeiro registo da espécie foi um desenho no diário de bordo do navio holandês
Gelderland, datado de 1601; outras imagens e descrições foram feitas durante o
século XVII, algumas delas imprecisas porque, após a extinção do dodó os colonos passaram a
chamá-la pelo nome desse famoso pombo terrestre; na década de 1860, ossos
subfósseis da galinhola-vermelha foram encontrados juntamente com esqueletos de
outros animais, no pântano Mare aux Songes, na Maurícia; a análise deste e de
outros resquícios encontrados mais tarde permitiu estabelecer o seu parentesco
próximo com a galinhola de Rodrigues, Erythromachus
leguati; as duas espécies são
bastante parecidas e alguns cientistas chegaram a classificá-las num mesmo género;
os espécimes subfósseis variam em tamanho, o que pode indicar
dimorfismo sexual, como é comum entre os ralídeos; o seu comprimento exacto é
desconhecido, mas a pelve tinha 6,0 cm de comprimento, o fémur 6,9 a 7,1 cm, a
tíbia 9,8 a 11,5 cm, o tarso-metatarso 7,9 cm e o úmero media entre 6,0 e 6,6
cm; o esterno e o úmero eram pequenos, indicando que a espécie tinha perdido a
capacidade de voar; as pernas eram longas e finas para uma ave do seu porte,
mas a pelve era compacta e robusta; diferia do Erythromachus leguati por
ter um úmero proporcionalmente mais curto, um crânio mais longo e estreito, e narinas
mais curtas e elevadas; a plumagem era consideravelmente diferente, conforme
consta nas descrições da época; a galinhola-vermelha
era também maior, com asas um pouco menores, mas as pernas eram proporcionalmente
semelhantes, bem como a pelve e o sacro.
ocorrência, habitat e ecologia
era endémica da Maurícia;
pode ter habitado as florestas da ilha;
os relatos contemporâneos são
repetitivos e não se dedicam muito a explicar a história de vida da ave; a forma
do bico indica que pode ter sido usado para capturar répteis e invertebrados; havia
muitos caracóis terrestres endémicos na ilha Maurícia, incluindo o extinto Tropidophora carinata e foram encontradas conchas subfósseis com danos que
correspondem ao ataque do bico da galinhola-vermelha; não havia nenhum relato
conhecido da época em que a ave viveu que mencionasse a sua dieta, até que um
documento de 1660, de Johannes Pretorius, no qual relata a sua estadia na
Maurícia, foi publicado em 2015; o viajante conta que a ave "arranhava a
terra com as garras afiadas, como uma galinha, para encontrar comida, como vermes
sob as folhas caídas."
um holandês anónimo forneceu algumas
descrições de características comportamentais em 1631: que as galinholas tinham
uma pequena estatura e eram muito lentas, de modo que podiam ser facilmente
apanhadas à mão; corriam em "grande desordem" e usavam o bico afiado,
tanto para se defender como para atacar;
sistema
terrestre
padrão do movimento
não-migradora
ameaças
foi conhecida a partir de vários relatos
e ilustrações de viajantes (Cheke, 1987) e de numerosos ossos (Cowles, 1987);
tornou-se rara, segundo Leguat, em 1693,
e extinguiu-se, provavelmente, por volta de 1700;
não voava e tinha um sabor agradável e, por
esses motivos, presumivelmente foi caçada até à extinção (Cheke 1987), embora
os gatos introduzidos também sejam suspeitos de predar os seus ovos e filhotes;
para além da semelhança física, a
galinhola-vermelha e a galinhola de Rodrigues compartilhavam um comportamento
curioso: quando uma pessoa lhes mostrava um tecido vermelho, reagiam com
agressividade, atacando o pedaço de pano; os colonos aproveitavam-se dessa atitude,
pois uma única ave apanhada emitia uma chamada de ajuda que atraía as demais e
todas podiam assim ser abatidas com facilidade; o viajante inglês Thomas
Herbert descreveu o comportamento da ave frente a um pano vermelho, em 1634:
“As galinhas têm um sabor parecido com o
de porcos tostados, se for avistado um bando com doze ou vinte, mostre-lhes um
pano vermelho, e com sua extrema e estúpida fúria voarão em direcção a ele, e
se se derrubar uma, as outras podem ser facilmente capturadas, não mexendo uma
palha até serem todas aniquiladas.”
muitas espécies endémicas da
Maurícia extinguiram-se após a chegada
dos humanos e o ecossistema local foi bastante danificado, tornando-se difícil ser
reconstruído; antes da visita dos europeus, a Maurícia era inteiramente coberta
por florestas, mas muito pouco resta hoje devido ao desmatamento; a fauna endémica
sobrevivente ainda está seriamente ameaçada; a galinhola-vermelha viveu ao lado
de outras aves recentemente extintas, como o dodó, o papagaio-de-bico-largo, o papagaio-cinzento
das Maurícias, o pombo-azul das Maurícias, a coruja das Maurícias, o galeirão
das Mascarenhas, Fulica newtonii, o
ganso das Maurícias, Alopochen mauritiana, o marrequinho das Maurícias,
Anas theodori e a garça-nocturna das Maurícias, Nycticorax
mauritianus; os répteis extintos da
Maurícia incluem as duas espécies de tartarugas-gigantes endémicas (Cylindraspis inepta e C.
triserrata), o lagarto Leiolopisma mauritiana, e a jibóia da Ilha Round, Bolyeria multocarinata; a
raposa-voadora-pequena das Maurícias, Pteropus
subniger e o caracol Tropidophora carinata viveram na ilha Maurícia e na ilha da Reunião, mas
desapareceram ambas; algumas plantas, como a Casearia tinifolia e a orquídea Angraecum
palmiforme, também se extinguiram.
fontes
Avibase, [url]
https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=3DC77A87D491169C, ac. 02.03.2017.
IUCN Red
List, [url] BirdLife International.
2016. Aphanapteryx bonasia. The IUCN Red List of Threatened Species 2016:
e.T22728884A94999673.
http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22728884A94999673.en. Downloaded
on 02 March 2017.
Wikipedia, [url] https://pt.wikipedia.org/wiki/Galinhola-vermelha-de-maur%C3%ADcio, ac. 02.03.2017.
última actualização:
03.03.2017.
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