macho
apêndice do macho
aquecendo-se ao sol
fêmea
escamas
ovos
recém-nascido
jovens em creche
mapa de distribuição
https://www.youtube.com/watch?v=k-AKVEheu4g
reino Animalia
filo Chordata
classe Reptilia
ordem Crocodilia
família Gavialidae
nome científico Gavialis
gangeticus Gmelin
sinónimos Crocodilus arctirostris Daudin, C. gavial
Bonnaterre, C. longirostris Schneider, Crocodilus tenuirostris Cuvier, Lacerta gangetica Gmelin in Linnaeus, Rkamphostoma tenuirostre Wagler
nome
comum Gavial, Gharial, Indian Gharial, Fish-eating
Crocodile, Indian Gavial, Gavial, Long-nosed Crocodile, Gavial du Gange, Gavial
del Ganges
etimologia dos
nomes
Gavial é a corruptela
francesa do termo hindu para crocodilo, gharyiāl,
e gangeticus relativo ao rio Ganges.
evolução e
taxonomia
os primeiros registros fósseis datam do
Cretáceo Superior da América do Norte, representando dois géneros: Eothoracosaurus do Maastrichtiano e Thoracosaurus do Campaniano; no
Oligoceno da África e de Porto Rico aparecem os primeiros representantes da
família Gavialidae, Eogavialis e Aktiogavialis, respectivamente; restos
fósseis são abundantes do Mioceno Superior ao Quaternário, nas montanhas
Sivalik, no Paquistão; alguns desses espécimes são referidos como sendo G. gangeticus por Steel (1973), mas essa
identificação é rejeitada por alguns pesquisadores; espécies do género Gavialis foram descritas dos períodos
Mioceno e Plioceno na Índia, principalmente no Grupo Sivalik; a espécie Gavialis gangeticus aparece apenas no
Holoceno;
Johann Friedrich
Gmelin descreveu o gavial em 1789, com o nome de Lacerta gangética; em 1811, Nicolaus Michael Oppel, descreveu o género
Gavialis e em 1831 John Edward Gray
recombinou a espécie para Gavialis
gangeticus; o gavial é o único membro ainda existente do género Gavialis e juntamente com o gavial da Malásia representa as linhagens sobreviventes da família
Gavialidae; estudos morfológicos posicionavam o género Tomistoma na família Crocodylidae e análises moleculares
demonstraram que o Gavialis e o Tomistoma são grupos relacionados entre
si; estudos moleculares também sugerem o grupo Gavialis/Tomistoma como grupo-irmão dos demais crocodilos, e todos
formando uma única família, a Crocodylidae sensu lato; entretanto, alguns
pesquisadores continuam a referir-se a Gavialis/Tomistoma
como uma família distinta.
estatuto de
conservação
está classificado como “CR - Em perigo crítico” na Lista
Vermelha da UICN e listado no Apêndice I da CITES e no Anexo I da CMS, pelo
fato de ter havido uma redução da população de mais que 80% nos últimos dez anos
ou três gerações, e além disso, o declínio poder não ser reversível; estimativas
mais generalizadas mostram uma redução mais avassaladora da espécie; a
população pode ter caido de 86 a 88% num intervalo de dez anos;
outro critério para enquadrar o gavial
como em perigo crítico também pode ser justificado pelo facto do tamanho da
população estar estimada em menos que 250 indivíduos adultos e numa contínua
queda que pode seguir um ritmo de 25% de três em três anos; as estimativas do
tamanho da população adulta indicam que houve um declínio de 436 gaviais adultos
em 1997 para 188 em 2006, o que representa uma queda de 58% em todo o habitat durante
um período de nove anos;
esta espécie é considerada uma das mais
ameaçadas de extinção; actualmente a sua população não ultrapassa os 250
animais, além de o seu habitat vir sendo degradado continuamente pelo homem que,
em constante expansão, tanto urbana quanto agropecuária, se apropria de zonas fundamentais,
onde os gaviais se reproduzem e passam uma parte das suas vidas.
justificação
Critério A:
classificado como Criticamente Ameaçadas (CR), segundo o critério A2
("redução do tamanho da população com base numa redução de tamanho da
população observada, estimada, inferida ou suspeita de ≥80% nos últimos 10 anos
ou três gerações, consoante o que for (B) um índice de abundância adequado ao
taxon e (c) um declínio na área de ocupação, extensão de ocorrência e / ou
qualidade do habitat; estimativas muito conservadoras do declínio populacional
ao longo de um período de três gerações (de 1946 a 2006) indicam que houve um
declínio populacional de 96 a 98% e a população, uma vez disseminada, foi
reduzida a um número muito pequeno de populações extensamente espaçadas;
Critério C: também se classificou
para a listagem CR no critério C1 - "tamanho populacional estimado em
número de menos de 250 indivíduos maduros e declínio contínuo estimado de pelo
menos 25% dentro de três anos ou uma geração"; estimativas do tamanho da
população adulta indicam que houve um declínio de 436 adultos em 1997, para 182
em 2006; o que representa uma queda de 58% em toda a sua gama durante um
período de nove anos, bem dentro do período de uma geração;
situação actual da
população
em 1976 a população
selvagem total estimada no mundo tinha diminuído do que se pensa ter sido de
5.000 para 10.000, na década de 1940 para menos de 200 (Whitaker et al., 1974),
um declínio de cerca de 96%; em 2006, a população adulta na Índia encontrava-se
num número semelhante, menos de 200 (Andrews 2006, Sharma e Basu, 2004) e menos
de 35 adultos no Nepal (T. Maskey, com.); a espécie está virtualmente extinta
no Paquistão (Whitaker e Basu 1983), Bangladesh (Whitaker 1976, Khan 1979,
Faizuddin 1985) e Butão (Singh 1991); apenas dois registos da nespécie foram efectuados
em Myanmar em 1927 (Thorbjarnarson et al., Na imprensa) e presume-se extinto há
muito tempo;
conclusão
o gavial sofreu ambos
os declínios, um crónico de longo prazo e um rápido declínio de curto prazo; a
utilização do Critério A ilustra o declínio a longo prazo, que foi em parte
tratado durante os esforços de conservação desta espécie na Índia e no Nepal
durante as décadas de 1970 e 1980; porém um declínio mais recente, muito rápido,
tem ocorrido nas últimas subpopulações sobreviventes e é motivo para alarme
considerável; o uso do critério C aqui, efectivamente demonstra que o gavial se
qualifica para uma listagem de CR, que pensamos que será um primeiro passo
importante para galvanizar esforços de conservação renovada para esta espécie
única.
características
morfológicas
esta espécie difere dos demais
crocodilianos pelo focinho estreito e alongado, que se torna mais fino com a
idade e pela presença de uma protuberância cartilaginosa no focinho dos machos
adultos (que produz um zumbido ressonante durante a expiração, utilizado
durante a época de acasalamento para fazer a corte à fêmea; esta saliência é
denominada de "ghara" que significa "pote" em hindi),
caracterizando um dimorfismo sexual visível: os machos são maiores do que as
fêmeas, medindo em média 4,5 a 5 metros, enquanto as fêmeas alcançam na média
3,5 a 4 metros; registos históricos reportam espécimes com mais de 6 m de
comprimento; o maior exemplar conhecido foi morto em Janeiro de 1924, no rio
Kosi ao norte de Bihar e media 7,1 metros; o peso de um adulto varia entre 159
e 181 kg; os adultos têm coloração castanho-escura a oliva no dorso, e branca a
amarela no ventre; os filhotes são castanho-acinzentados com cinco faixas
transversais irregulares no corpo e nove na cauda; outra característica única é
a exteriorização dos dentes da metade anterior da maxila e da mandíbula quando a
boca do animal está fechada; a dentição do gavial é composta por cinco dentes
pré-maxilares, vinte e três a vinte e quatro dentes maxilares e vinte e cinco a
vinte e seis dentes mandibulares; as glândulas linguais estão ausentes ou são
pouco desenvolvidas, com poros excretores pequenos, limitando a capacidade
secretória do sal; a superfície da língua não é queratinizada e é relativamente
curta, se comparada com outros crocodilianos; os ossos nasais são curtos em
relação ao focinho, e amplamente separados dos ossos pré-maxilares; a abertura
nasal é menor que a fossa supratemporal e a margem anterior da órbita inferior (osso
jugal) é proeminente; a sínfise mandibular é extremamente longa, estendendo-se
para trás até o nível do 23º ou 24º dente; o processo anterior do palatino é
longo e estende-se até à fenestra supraorbital e cada parietal contém um seio
que se abre no sistema pneumático cranial; a coluna vertebral contém um largo e
compacto pró-atlas e um áxis com uma crista espinhal e uma discreta ou não
demarcada hipapófise.
ocorrência, habitat
e ecologia
pode ser encontrado nos rios da Índia e do
Nepal, e também habitou os rios do Paquistão, Butão, Bangladesh e Myanmar;
a ocorrência ocidental
mais histórica do gavial foi no rio Indo, no atual Paquistão e no leste (embora
de apenas dois registos na literatura científica) foi no rio Irrawaddy, no actual
Myanmar; hoje, três subpopulações de reprodução amplamente separadas estão registadas
na Índia (Rio Chambal, Rio Girwa e Rio Son) e uma no Nepal (Rio Rapti /
Narayani);
é Nativo de:
Índia (Bihar, Uttar Pradesh) e Nepal;
está Possivelmente extinto em: Bangladesh, Butão e Paquistão;
está Regionalmente extinto em: Myanmar;
O gavial nidifica em
bancos de areia expostos sazonalmente ao longo de secções de movimento lento de
rios de grande a médio porte; juntam-se para acasalamento e nidificação durante
a estação seca, nestes rios altamente sazonais; quando concentrados nessas
áreas, são altamente vulneráveis aos impactos da pesca e da matança maliciosa;
os ninhos também são vulneráveis, uma vez que tradicionalmente são colocados
nas mesmas praias, ano após ano e em alguns habitats (rio Girwa na Índia e rio
Rapti / Narayani no Nepal) os ovos são apreciados pelos indígenas;
Ao gaviais são os mais aquáticos dos
crocodilianos existentes e os adultos, aparentemente, não têm a capacidade de
andar com uma postura semi-ereta como outros crocodilianos;
a longevidade dos gaviais atinge em
média de 40 a 60 anos e a maturidade
sexual pode variar entre os sexos, normalmente três anos para as fêmeas e dez
anos para os machos; o gavial é tipicamente residente de profundidade, mas nos rios
prefere áreas onde a corrente seja reduzida; bancos de areia nas proximidades
das margens são usados para a nidificação;
as fêmeas podem não atingir a maturidade
sexual até que tenham 3 m de comprimento; a nidação é feita durante a estação
seca, em buracos escavados em bancos de areia; diferentemente da maioria dos
crocodilianos, que carregam as crias na boca, o gavial parece não fazer isso
por causa da morfologia incomum das suas mandíbulas; no entanto, o cuidado
materno já foi observado; a fêmea normalmente põe 30 a 50 ovos que são os
maiores dos crocodilos, com 160g de peso;
muitos dos músculos que não são usados
na expiração, são usados na locomoção ágil debaixo da água, principalmente
quando vão atacar alguma presa; antes de investir contra as presas o seu
movimento é leve e em conjunto com o focinho muito estreito e longo, faz a
adaptação para um movimento que passa por despercebido pelos outros animais, como
os peixes;
em terra o gavial passa a maior parte do
tempo imóvel porque está mal adaptado à locomoção terrestre quando adulto - a
musculatura da perna não é adequada para levantar o corpo da terra, necessário
para a movimentação - por ser capaz na maioria das vezes apenas de empurrar o
corpo para a frente, arrastando-o pelo chão ("barriga-deslizante"),
embora possa andar com maior velocidade quando necessário; é, no entanto, muito
ágil na água - a cauda é bem desenvolvida e achatada lateralmente, e as patas
traseiras são adaptadas para natação;
este crocodiliano parece ser
essencialmente piscívoro, mas os indivíduos muito grandes podem comer outras
presas; os gaviais jovens comem insectos, larvas e pequenas rãs; a morfologia
do seu focinho é ideal para predar peixes; os gaviais muitas vezes usam o corpo
para encurralar peixes contra as margens, onde podem ser mais ofacilmente
capturados; por norma não ataca humanos; apesar de seu tamanho imenso, as
mandíbulas finas e frágeis tornam-no fisicamente incapaz de consumir um animal
de grande porte, especialmente um ser humano; os restos humanos encontrados no
estômago de gaviais são explicados, provavelmente, pelo seu hábito de se
alimentar de cadáveres; foi também sugerido que os gaviais podem, por vezes;
ingerir objectos duros com a função de
gastrólitos;
as fêmeas adultas que atinjam a
maturidade e se tornem sexualmente receptivas, são defendidas por indivíduo do
sexo masculino; o ghara é utilizado em momentos de namoro entre gaviais,
comumente são vistas bolhas a sair de dentro dele;
o período de acasalamento ocorre durante
trêas meses, Novembro, Dezembro e Janeiro; a nidificação ocorre em Março, Abril
e Maio (estação seca), quando as fêmeas se arrastam sobre a terra seca para
escavar buracos nos quais poem cerca de 40 grandes ovos e os enterram; os ovos
são incubados naturalmente no buraco do ninho, mas a fêmea permanece perto dele
para protegê-lo de predadores, como porcos, chacais e lagartos; cerca de 70
dias depois da postura, quando os filhotes estão prontos para sair, eles chamam
de dentro dos ovos, alertando a mãe para escavar e retirar os ovos para fora do
ninho;
embora o gavial não tenha o hábito de
transportar as crias nas mandíbulas, os jovens permanecem com a mãe durante várias
semanas a vários meses; a protecção dos jovens ocorre junto da área de
nidificação, durante algum tempo após a eclosão;
estes crocodilos não emitem sons estridentes,
mas pequenos ruídos de baixa amplitude que ocorrem principalmente na hora do nascimento
das crias e no período em que estão perto da mãe; essas vocalizações são
emitidas para sinalizar à mãe que está no momento de escavar o buraco onde os
ovos foram enterrados e que é necessário a mãe mostrar o caminho do rio para
eles iniciarem a sua vida aquática.
histórico da população
os primeiros registos do gavial são
essencialmente subjectivos e raramente quantitativos.; alguns estudos passados
demonstraram certa abundância de gaviais no seu habitat; eram comuns no rio
Indo, no Paquistão, nos anos de 1921; diversos autores mencionavam haver grandes
grupos de gaviais juntos; em 1885 era comum as pessoas contarem 64 gaviais em
duas horas, nas margens do Rio Jamuna; outros relatos confirmavam que eram
encontrados em todos os grandes rios do norte da Índia;
centenas de gaviais foram observados no
rio Narayani, no Nepal, antes da construção da barragem de Gandak; em 1964 e no
começo de 1950 cerca de 235 gaviais foram contados ao longo do Rio Narayani; com
uma estimativa de 11.000 km de rio, com um habitat numa área geográfica de mais
de 20.000 km2, o gavial tinha uma população inferida de cinco a dez mil nessa
época; em 1976 a população total estimada de gaviais selvagens no mundo tinha
diminuído para cinco a dez mil animais; em 1984 houve a mais drástica queda da
espécie: a população foi para apenas duzentos animais, uma queda de cerca de
96%; em 2006 a população em idade adulta na Índia era de um valor semelhante, menos
de 200 e menos de 35 adultos para o Nepal; a espécie está praticamente extinta no
Paquistão, Bangladesh e Butão; em Myanmar presume-se que esteja extinta desde
1940;
a diminuição drástica
da população ao longo dos últimos sessenta anos pode ser atribuída a uma
variedade de causas, incluindo a caça excessiva pelas peles e troféus, a recolha
de ovos para consumo, a matança para a medicina indígena e a matança por
pescadores; enquanto a caça já não é considerada uma ameaça significativa, a
construção de represas, barragens, canais de irrigação, assoreamento, mudanças
no curso do rio, aterros artificiais, areia, mineração, agricultura de várzea,
animais domésticos e selvagens, combinaram-se para provocar uma extrema
limitação ao intervalo da espécie devido a esta perda excessiva e irreversível
de habitats ribeirinhos; por exemplo, em 2001 inauguraram-se 276 projectos de
irrigação na bacia do rio Chambal; estas ameaças não cessaram, de facto
aumentaram e continuam a comprometer a sobrevivência da espécie; o declínio de
gaviais tem andado de mãos dadas com o declínio dos habitats ribeirinhos e de
outros animais que compartilham os mesmos rios que eles, outra vez supostamente
abundantes e agora ameaçados, incluindo o golfinho-do-ganges (Platanista gangetica) e o crocodilo-persa,
bem como inúmeras aves aquáticas e espécies de peixes;
a população em idade adulta é outra preocupação; acredita-se que 14% de
todos gaviais existentes hoje não estão na fase adulta, ou seja, não estão
sexualmente maduros ainda, representando um provável prejuízo para a população;
esses animais que não são considerados maduros, são principalmente machos, que
necessitam de cinco anos a mais que as fêmeas para se tornarem reprodutores;
o rio Chambal detém, de longe, a maior subpopulação de gaviais, com 48%
estimados da população total; o número total de ninhos encontrados no Santuário
Chambal em 2006 foi de 68; outra grande população de gaviais está na Índia no Santuário
de Vida Selvagem de Katerniaghat, onde vinte ninhos foram encontrados em 2006;
a maior parte dos gaviais encontrados são fêmeas, mas nem todas estão na fase
de procriação, mas mesmo assim existem mais fêmeas reprodutoras que outras
jovens; supondo relatos, é possível inferir que haveria um total de treze
gaviais adultos na Índia; considerando a escassez de machos maduros no Chambal,
nas investigações de 2005 e 2006, é provável que existam poucos machos maduros
nesse rio; juntamente com um total de vinte fêmeas, seis gaviais maduros do
sexo masculino foram contados por observadores num local do rio Chambal em 2006;
o número total estimado de gaviais maduros nas três subpopulações restantes da
Índia, com base nos ninhos contados, aproxima-se de somente 107 indivíduos
adultos;
relata-se que alguns gaviais fazem cada vez menos ninhos a cada ano; estimativas
de frequência reprodutiva do sexo feminino retêm-se a uma média de 63%; apesar
de os gaviais fazerem ninhos anualmente, algumas fêmeas podem ter migrado pelo
rio abaixo, onde os machos são muito escassos; tendo todas essas médias, as
análises da população, e a percentagem reprodutiva, estudos assinalaram que se
todos os cruzamentos fossem feitos entre a espécie e eles obtivessem sucesso, a
população alcançaria um número de apenas 220 indivíduos;
há outras duas pequenas populações não-reprodutoras de gaviais na Índia
(rio Ken em Madhya Pradesh e rio Mahanadi em Orissa e três no Nepal (Rios Kosi,
Karnali e Babai), que foram criadas pela reintrodução de gaviais criados em
cativeiro;
no Nepal contaram-se seis ninhos em 2006 e o total de gaviais maduros
em todas as subpopulações nesse país está estimado em 35 animais; com base
nestas estimativas o número de gaviais selvagens, maduros, em todos territórios
existentes da espécie (actualmente só na Índia e no Nepal) é de 182 em cerca de
oito habitats fragmentados (mas novas pesquisas indicam que são 14% de gaviais
maduros, diminuindo o número para 157 indivíduos totais); 1997 foi o ano de
pico, com o maior número de gaviais maduros e ninhos registados nos últimos
trinta anos, 226 animais adultos e 81 ninhos foram registados no rio Chambal; não
há dados de nidificação no Nepal para este período, mas foram estimados 36
adultos presentes nesse ano; com base nos dados disponíveis, o número de
gaviais maduros foi realmente surpreendente em 1997: 436 adultos; depois desse
ano houve uma queda drástica, restando somente 188 em 2006, mais de 50% de
declínio populacional;
Em resumo, as principais causas de tais quedas drásticas que ocorrem
nesta população podem ser descritas como:
- alteração do habitat, que é o principal dilema; em todo território
actual do gavial os rios foram represados, desviados para a irrigação e outros
fins, levando à sua secagem;
- a pesca está a aunebtar e a utilização de redes acaba com o principal
alimento do gavial; este perigo é predominante em quase todo o habitat, mesmo
em áreas protegidas;
- os povos ribeirinhos são alguns dos mais pobres da Índia e dependem
quase exclusivamente dos recursos locais e da sua própria agricultura para
sobreviver; durante os meses de seca, quando o rio está baixo, plantam abóboras
e o pastoreio do gado nos bancos de areia e nas bordas do rio tornou-se
predominante ao longo do rio Chambal em particular; estes são bancos de areia
muito usados pelos gaviais para a reprodução;
- o tráfico também é outro problema; o ghara e a gordura dos gaviais
são usados como medicamentos, principalmente no Nepal e, ocasionalmente, na
Índia; os ovos são procurados por indígenas perto do rio Girwa para
alimentação, e quase todos os ninhos foram invadidos por seres humanos durante
as épocas de nidificação de 2001 a 2005.
tendência actual da
população
decréscimo
sistema
terrestre, dulce
aquícola
padrão de movimento
migratório
maiores ameaças
alteração
do habitat: em todo o espaço actual , os
rios foram represados, desviados para irrigação e outros fins, levando à seca
sazonal, uma vez perenes (ao contrário de muitos outros crocodilianos, o gavial
não pode andar por terra à procura de água nem se pode abrir um túnel para
escapar à seca de verão; a areia minada, para construção em grande escala e
ameaçando à frente, é um megaprojecto para interligar todos os rios principais
da Índia, o que será uma catástrofe para toda a vida dos rios;
pesca: a intensidade da pesca está a aumentar e o uso de
redes de emalhar está a matar rapidamente muitos dos adultos escassos, assim
como muitos subadultos; este perigo é prevalente na maior parte do habitat actual,
mesmo nas áreas protegidas;
agricultura
e pastoreio: os povos ribeirinhos são
alguns dos mais pobres da Índia e dependem quase inteiramente dos recursos
locais e da sua própria agricultura para sobreviver; durante os meses secos, em
que os rios estão abaixo, plantar colheitas de abóboras e pastorear gado, para
beber e pastar nos bancos de areia e nas margens dos rios, tornou-se predominante
ao longo do rio Chambal, em particular;
estes são os bancos de areia mais utilizados pelo gavial, para nidificação e para
aquecer-se e estas actividades antropogénicas têm lugar na época de reprodução;
utilização: o uso do gavial (excrescência nasal em macho adulto),
o pénis e a gordura para medicamentos, tem sido tradicional e ainda é relatado
a partir do Nepal e ocasionalmente na Índia; considerando o facto de que pode
haver menos de 20 machos adultos na natureza, o uso continuado é uma grande
ameaça;
os
ovos de gavial são procurados por povos indígenas
para comer e no rio de Girwa (o santuário de Katerniaghat) foi relatado que
quase todos os ninhos tinham sido invadidos por seres humanos, durante as
estações de nidificação, de 2001 a 2005; as elevadas taxas relatadas dos
recém-nascidos, em 2006, são atribuídas aos esforços de execução realizados nesse
ano pela Guarda da Vida Selvagem e seu pessoal.
acções de conservação
os programas de
conservação para o gavial foram realizados na Índia e no Nepal, com base no
estabelecimento de áreas protegidas e repovoamento destes com animais nascidos
em cativeiro;
de uma perspectiva
poderia argumentar-se que mais de 5.000 gaviais juvenis foram libertados em
habitats largamente inóspitos, em rios indianos e nepaleses e deixados à sua
sorte; no Parque Nacional de Chitawan, no Nepal, onde foram libertados cerca de
300 gaviais, havia 16 ninhos em 1977 e 6 em 2006; assim sendo, a reintrodução
não havia funcionado tão bem (embora se argumentasse que, pelo menos, a
extinção total foi evitada), graças em grande parte a crescentes e
incontroláveis pressões antropogénicas, incluindo o esgotamento dos recursos
haliêuticos; os gaviais são geralmente criados por dois a três anos e medem em média
cerca de um metro quando libertados; embora o programa exija o acompanhamento,
não foi realizado de forma consistente e foram realizadas poucas investigações
sobre adaptação, migração e outros aspectos fundamentais;
no rio Girwa
(Santuário Katerniaghat), onde foram liberados 909 gaviais (incluindo 112 em 2006),
houve quatro ninhos registados em 1977 e 20 em 2006, de modo que 16 fêmeas nidificantes
(2% do total antes de 2006) resultaram de 30 anos de reintroduções; esta não é
aparentemente uma grande conquista para o dinheiro e esforço gastos e, como
vários pesquisadores conhecedores têm sugerido, talvez a capacidade de
transporte tenha sido atingida;
no terceiro e mais
importante habitat de reprodução, o rio Chambal (no Santuário Nacional de Chambal),
onde 3.552 gaviais foram libertados (Whitaker e Andrews 2003) (mais 224 em
2006), houve 12 ninhos registados em 1978 e 68 em 2006; embora a nidificação
tenha aumentado em mais de 500%, estas fêmeas adultas, maduras e recrutadas,
são apenas cerca de 2% do número total libertado; como já foi apontado muitas
vezes, o habitat linear e ribeirinho do Gharial é uma desvantagem extrema com
as inundações anuais das monções, quando os jovens recém-nascidos são especialmente
propensos a ser descarregados a jusante fora das áreas protegidas;
com o recrutamento ou a
retenção de gaviais reintroduzidos (mais recrutamento natural) nos últimos 30
anos, sendo tão baixo quanto 0,02% (rio Mahanadi, Orissa) e uma média de 3% a
10% em outros lugares, toda a estratégia de reintrodução precisa de ser
reavaliada; os escassos fundos de conservação e os recursos humanos precisam
também de ser focados em outras acções rigorosas, como a avaliação do habitat,
o aprimoramento das pescas e mitigação de conflitos, educando os habitantes do
rio sobre os esforços de conservação, para melhorar as hipóteses de
sobrevivência da espécie; deve anotar-se que os quatro lugares onde os gaviais ainda
estão a produzir, todos tiveram populações residuais quando os programas de
repovoamento começaram; em nenhum lugar o repovoamento restabeleceu uma
população de gaviais viável.
fontes
BOUCHARD, Kyle. Gavialis
gangeticus, Gharial, ADW Animal Diversity Web, [url]
http://animaldiversity.org/accounts/Gavialis_gangeticus/,
16.03.2017.
BRITTON, Adam. Crocodilians - Natural History &
Conservation, Distribution of Gavialis
gangeticus, [url] http://crocodilian.com/cnhc/cst_ggan_dh_map.htm, ac. 1.03.2017.
CITES, Appendices I, II and III, [url]
https://cites.org/eng/app/appendices.php, ac. 05.03.2017.
Crocodilian Species List. Gavialis gangeticus (GMELIN, 1789), [url]http://crocodilian.com/cnhc/csp_ggan.htm,
ac. 16.03.2017.
EOL, Encyclopedia of Life. Gavialis gangeticus,Gavial, [url]
http://eol.org/pages/794627/overview, ac. 16.03.2017.
ITIS, Integrated Taxonomic System, [url] https://www.itis.gov/servlet/SingleRpt/SingleRpt?search_topic=TSN&search_value=202218#null,
ac. 16.03.2017.
IUCN Red
List, [url] Choudhury, B.C., Singh,
L.A.K., Rao, R.J., Basu, D., Sharma, R.K., Hussain, S.A., Andrews, H.V.,
Whitaker, N., Whitaker, R., Lenin, J., Maskey, T., Cadi, A., Rashid, S.M.A.,
Choudhury, A.A., Dahal, B., Win Ko Ko, U., Thorbjarnarson, J & Ross, J.P.
2007. Gavialis gangeticus. The IUCN Red List of Threatened Species 2007:
e.T8966A12939997.
http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2007.RLTS.T8966A12939997.en. Downloaded on 16
March 2017.
The Reptile
Database. Gavialis gangeticus (GMELIN, 1789), [url] http://reptiledatabase.reptarium.cz/species?genus=Gavialis&species=gangeticus&search_param=%28%28genus%3D%27gavialis%27%29%28species%3D%27gangeticus%27%29%29,
ac. 16.03.2017.
Wikipedia, [url] https://pt.wikipedia.org/wiki/Gavial,
ac. 16.03.2017.
ZipcodeZoo, The Free Nature Encyclopedia. Gavialis gangeticus, [url] http://zipcodezoo.com/index.php/Gavialis_gangeticus,
ac. 16.03.2017.
Sem comentários:
Enviar um comentário