macho
fêmea adulta
fêmea juvenil
ovo
mapa de distribuição
https://www.youtube.com/watch?v=YvVv9yv3Q4g
reino Animalia
filo Chordata
classe Reptilia
ordem Crocodilia
família Gavialidae
nome científico Tomistoma
schlegelii Müller
sinónimos Crocodilus (Gavialis) schlegelii Müller, C. schlegelii
Müller
nome comum Gavial da
Malásia, Falso-garial, False Gharial, False Gavial, Malayan gharial, Malay
Gavial, Tomistoma, Sunda Gavial, Faux-gavial de Malaisie, Gavial de Schlegel, Falso
gavial, Falso gavial malayo, Gavial malayo
etimologia dos
nomes
Tomistoma
significa "boca afiada", derivada de tomos (grego para "corte" ou "afiado") + estoma (grego para "boca"),
referindo-se à forma das mandíbulas;
a designação
específica Schlegelii significa
"de Schlegel", referindo-se ao zoólogo holandês Hermann Schlegel
(1804-1884) que é creditado com sua descoberta.
taxonomia
a posição taxonómica do gavial da Malásia
é controversa e varia dependendo se se estão a considerar caracteres
morfológicos ou moleculares;
até recentemente considerava-se que
fazia parte da família Crocodylidae, mas estudos filogenéticos recentes
colocam-no na família Gavialidae, juntamente com o gavial;
tem um focinho muito longo, que faz lembrar o aspecto externo do gavial;
análises morfológicas e paleontológicas
agrupam-no com outros crocodilianos, enquanto que dados moleculares indicam que
é uma espécie-irmã do gavial; a separação dos dois gaviais, de acordo com os
dados moleculares, data do Eoceno ou Mioceno médio, enquanto que dados
estratigráficos indicam a separação do gavial verdadeiro de outros
crocodilianos (incluindo o gavial da Malásia) como tendo ocorrido no Cretáceo
Superior; o longirostro das duas espécies é um exemplo de convergência
evolutiva caso a hipótese morfológica/paleontológica seja verdadeira;
as sequências genéticas nucleares
preliminares podem indicar que o gavial e o gavial da Malásia têm um
antepassado comum, em algum ponto da pré-história; outros estudos moleculares indicam
de forma semelhante que o gavial da Malásia é o parente mais próximo do gavial;
juntamente com parentes fósseis próximos, como o Maroccosuchus, é assim cada vez mais classificado na família
Gavialidae;
ocorrência, habitat
e ecologia
crocodilo de água-doce que habita apenas
cerca de seis sistemas fluviais na Malásia e na ilha de Sumatra;
ocorre na Península da Malásia, Sarawak e
Indonésia (Sumatra, e Bornéu); não há a certeza da sua existência em Java;
a espécie encontra-se quase inteiramente
em pântanos de turfa e em florestas pantanosas de planície; nos anos de 1990 a
informação e as observações disponíveis eram de 39 locais, em 10 drenagens
diferentes do rio, junto aos sistemas remotos do rio de Bornéu;
antes da década de 1950 ocorreu em
ecossistemas de água doce, ao longo de toda a extensão de Sumatra leste, nas
Montanhas Barisan; a actual distribuição no leste de Sumatra foi reduzida em
30-40% devido à caça, exploração madeireira, incêndios e agricultura;
Nativo de: Brunei Darussalam, Indonésia (Jawa, Kalimantan,
Sumatra), Malásia (Malásia Peninsular, Sabah - possivelmente Extinto, Sarawak)
Indicado em: Indonésia: Kalimantan, Sulawesi, Sumatra;
Malásia: Malásia Peninsular, Sarawak, Tailândia, Vietname:
Regionalmente
extinto na Tailândia;
até recentemente, muito pouco se sabia
sobre a dieta ou o comportamento do gavial da Malásia em estado selvagem; como
resultado de pesquisas por biólogos, detalhes a isso respeitantes estão
lentamente a ser revelados;
no passado pensou-se que o gavial da Malásia
teria uma dieta alimentar semelhante ao seu parente, o gavial (apenas peixe e
vertebrados muito pequenos), mas novas evidências e ocorrências provaram que,
apesar do focinho estreito, o gavial da Malásia tem uma dieta generalista: além
de peixes e animais aquáticos menores, os adultos comem vertebrados maiores, incluindo
macacos-narigudos (Nasalis larvatus),
macacos-de-cauda-comprida das Filipinas (Macaca
fascicularis philippensis), veados, pássaros, e répteis; uma testemunha
ocular relatou o ataque de um gavial da Malásia a uma vaca, em Kalimantan
Oriental; o gavial da Malásia pode ser considerado um equivalente ecológico aos
crocodilos neotropicais, como o crocodilo-do-orinoco (Crocodylus intermedius) e o crocodilo-americano (Crocodylus acutus), que têm ambos os
focinhos delgados (embora os indivíduos adultos de ambas as espécies tenham
focinhos mais largos do que os gaviais da Malásia, especialmente alguns machos
grandes das espécies americanas), mas têm uma dieta mais alargada;
em finais de 2008 uma fêmea de gavial da
Malásia, de 4 m, atacou e comeu um pescador no Kalimantan central; os restos do
homem foram encontrados no estômago do gavial; este foi o primeiro ataque fatal
registado a humanos por esta espécie; no entanto, em 2012, pelo menos mais dois
ataques fatais a seres humanos ocorreram, indicando talvez um aumento do
conflito Homem-Gavial, possivelmente correlacionado com o declínio do habitat,
qualidade do habitat e números de presas naturais;
a maturidade sexual das fêmeas do gavial
da Malásia parece ser atingida entre os 2,5 e os 3 m;
é um nidificante de aterros; as fêmeas fazem
pequenas posturas de 13 a 35 ovos por ninho, e parecem produzir os maiores ovos
de crocodilianos existentes;
não se sabe quando se reproduzem na
natureza ou em que estação é a nidificação; uma vez a construção do aterro
terminada e postos os ovos, a fêmea abandona o ninho; ao contrário da maioria
dos outros crocodilianos, os jovens não recebem cuidados parentais e correm o
risco de serem comidos por predadores, como mangustos, tigres, leopardos, civetas
e cães selvagens; a ninhada eclode 90 dias depois da postura e é deixada à sua
sorte.
características
ao contrário do gavial, o focinho do gavial
da Malásia amplia-se consideravelmente em direcção à base e é assim
consideravelmente mais semelhante ao dos verdadeiros crocodilos do que ao do
gavial, cuja osteologia indica uma linhagem distinta de todos os outros
crocodilos vivos;
o gavial da Malásia é castanho-avermelhado
escuro na parte superior, com pontos castanhos ou pretos escuros e listas
cruzadas na parte traseira e na cauda; é branco-acinzentado no ventre, com matiz
escura lateral; os juvenis são manchados de preto nas laterais das mandíbulas,
do corpo e da cauda; o focinho é liso e não ornamentado, extremamente longo e
delgado, paralelo, com um comprimento de 3,0 a 3,5 vezes a largura na base; é um
dos focinhos mais magros de qualquer crocodilo vivo, talvez comparável ao crocodilo-de-focinho-delgado
(Crocodylus cataphractus) e ao crocodilo-de-água-doce-australiano
(Crocodylus johnstoni) na extensão da
elegância, só que o do gavial da Malásia é visivelmente mais magro; todos os
dentes são compridos e como agulhas, interligando-se no interior das mandíbulas
e individualmente soldados; as escamas dorsais são largas no meio do corpo e
estendem-se para os lados do corpo; os dedos são palmados na base; os órgãos
sensoriais tegumentares estão presentes nas escamas da cabeça e do corpo; as
escamas por trás da cabeça são frequentemente em par ligeiramente aumentado; alguns
indivíduos carregam um número de escamas pequenas com querena adjacentes; as escamas
estão divididas medianamente por pele granulada macia; três linhas transversais
de duas escamas nucais alargadas são contínuas com as escamas dorsais, que
consistem em 22 fileiras transversais de seis a oito escamas, são largas no meio
e estendem-se para os lados do corpo; as linhas nucal e dorsal são iguais a um
total de 22 a 23 linhas; possui 18 espirais caudais de dupla crista e 17
espirais caudais de crista única; os flancos têm uma ou duas fileiras
longitudinais de seis a oito escamas muito ampliadas em cada lado;
o gavial da Malásia é um grande
crocodiliano, medindo apenas um pouco menos do que o gavial; três machos adultos,
mantidos em cativeiro, mediam 3,6 a 3,9 m e pesavam entre 190 e 210 kg,
enquanto que uma fêmea media 3,27 m e pesava 93 Kg; em alguns casos os machos
podem supostamente crescer até 5 m de comprimento; as fêmeas foram registadas com
comprimentos de até 4 m e os machos foram confirmados com comprimentos de até 5
m; o gavial da Malásia aparentemente tem o maior crânio de qualquer
crocodiliano existente, sem dúvida ajudado pelo grande comprimento do focinho
delgado; dos 8 crânios crocodilianos mais compridos das espécies existentes,
que podem ser encontrados em museus em todo o mundo, seis pertencem a gaviais
da Malásia; o crânio crocodiliano mais comprido pertencente a uma espécie
existente é desta espécie, medindo 84 cm de comprimento, com um comprimento
mandibular de 104 cm;
sistema
terrestre, dulce aquícola
padrão de movimento
migratório
estatuto de conservação
está classificado como “VU – Vulnerável” na Lista Vermelha da
UICN e listado no Anexo I da CITES, uma vez que a população global é estimada
em menos de 2.500 indivíduos adultos;
tendência actual das populações
decréscimo.
maiores ameaças
as maiores ameaças que o gavial da
Malásia enfrenta são a drenagem dos pântanos de água doce e a eliminação das
florestas tropicais circunvizinhas;
a espécie também é caçada frequentemente
pela sua pele e carne, e os ovos são muitas vezes colhidos para consumo humano.
acções de conservação
foram tomadas medidas pelos governos da
Malásia e da Indonésia, para evitar a extinção da espécie na natureza; há relatos
de algumas populações que se recuperam na Indonésia, mas com esta ligeira
recuperação, a maior parte dos temores irracionais de ataques surgiram entre a
população humana local.
fontes
BRITTON, Adam. Crocodilians - Natural History &
Conservation, Current Distribution of
Tomistoma schlegelii, [url] http://crocodilian.com/cnhc/cst_cpor_dh_map.htm,
ac. 15.03.2017.
CITES, Appendices I, II and III, [url]
https://cites.org/eng/app/appendices.php, ac. 05.03.2017.
Crocodilian Species List. Tomistoma schlegelii (MÜLLER, 1838), [url]
http://crocodilian.com/cnhc/csp_tsch.htm, ac. 15.03.2017.
EOL, Encyclopedia of Life. Tomistoma schlegelii, False Gavial, [url] http://eol.org/pages/790453/overview,
ac. 15.03.2017.
FOSTER, Katie. Tomistoma
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15.03.2017.
ITIS, Integrated Taxonomic System, [url] https://www.itis.gov/servlet/SingleRpt/SingleRpt?search_topic=TSN&search_value=202208#null,
ac. 14.03.2017.
IUCN Red
List, [url] Bezuijen, M.R.,
Shwedick, B., Simpson, B.K., Staniewicz, A. & Stuebing, R. 2014. Tomistoma
schlegelii. The IUCN Red List of Threatened Species 2014: e.T21981A2780499.
http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2014-1.RLTS.T21981A2780499.en. Downloaded on
15 March 2017.
The Reptile
Database. Tomistoma schlegelii (MÜLLER, 1838), [url] http://reptile-database.reptarium.cz/species?genus=Tomistoma&species=schlegelii,
ac. 115.03.2017.
Wikipedia, [url] https://en.wikipedia.org/wiki/False_gharial,
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gavial-da-mal%C3%A1sia, ac. 14.03.2017.
ZipcodeZoo, The Free Nature Encyclopedia. Tomistoma schlegelii, [url] http://zipcodezoo.com/index.php/Tomistoma_schlegelii
última actualização:
17.03.2017
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