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2.3.17

Galinhola-vermelha das Maurícias






reino  Animalia
filo  Chordata
classe  Aves 
ordem  Gruiformes 
família  Rallidae
nome científico Aphanapteryx bonasia Sélys-Longchamps
nome comum  Galinhola-vermelha das Maurícias, Red Rail, Râle de Maurice, Rascón Rojo
EXTINTO
1700

última localização
Maurícia

características
espécie única do género Aphanapteryx, era pouco maior do que uma galinha, possuía pernas compridas e um bico longo e ligeiramente curvado e algumas ilustrações sugerem que tinha uma crista na nuca;
a plumagem, castanho-avermelhada, era composta por penas macias parecidas com pelos; a cauda não era visível na ave viva, e as curtas asas, que não lhe permitiam voar, quase pareciam desaparecer no meio da plumagem; no geral, a sua aparência assemelhava-se à de um carão ou de um kiwi esbelto;
o primeiro registo da espécie foi um desenho no diário de bordo do navio holandês Gelderland, datado de 1601; outras imagens e descrições foram feitas durante o século XVII, algumas delas imprecisas porque, após a extinção do dodó os colonos passaram a chamá-la pelo nome desse famoso pombo terrestre; na década de 1860, ossos subfósseis da galinhola-vermelha foram encontrados juntamente com esqueletos de outros animais, no pântano Mare aux Songes, na Maurícia; a análise deste e de outros resquícios encontrados mais tarde permitiu estabelecer o seu parentesco próximo com a galinhola de Rodrigues, Erythromachus leguati; as duas espécies são bastante parecidas e alguns cientistas chegaram a classificá-las num mesmo género;
os espécimes subfósseis variam em tamanho, o que pode indicar dimorfismo sexual, como é comum entre os ralídeos; o seu comprimento exacto é desconhecido, mas a pelve tinha 6,0 cm de comprimento, o fémur 6,9 a 7,1 cm, a tíbia 9,8 a 11,5 cm, o tarso-metatarso 7,9 cm e o úmero media entre 6,0 e 6,6 cm; o esterno e o úmero eram pequenos, indicando que a espécie tinha perdido a capacidade de voar; as pernas eram longas e finas para uma ave do seu porte, mas a pelve era compacta e robusta; diferia do Erythromachus leguati por ter um úmero proporcionalmente mais curto, um crânio mais longo e estreito, e narinas mais curtas e elevadas; a plumagem era consideravelmente diferente, conforme consta nas descrições da época;  a galinhola-vermelha era também maior, com asas um pouco menores, mas as pernas eram proporcionalmente semelhantes, bem como a pelve e o sacro.

 ocorrência, habitat e ecologia
era endémica da Maurícia;
pode ter habitado as florestas da ilha;
os relatos contemporâneos são repetitivos e não se dedicam muito a explicar a história de vida da ave; a forma do bico indica que pode ter sido usado para capturar répteis e invertebrados; havia muitos caracóis terrestres endémicos na ilha Maurícia, incluindo o extinto Tropidophora carinata e foram encontradas conchas subfósseis com danos que correspondem ao ataque do bico da galinhola-vermelha; não havia nenhum relato conhecido da época em que a ave viveu que mencionasse a sua dieta, até que um documento de 1660, de Johannes Pretorius, no qual relata a sua estadia na Maurícia, foi publicado em 2015; o viajante conta que a ave "arranhava a terra com as garras afiadas, como uma galinha, para encontrar comida, como vermes sob as folhas caídas."
um holandês anónimo forneceu algumas descrições de características comportamentais em 1631: que as galinholas tinham uma pequena estatura e eram muito lentas, de modo que podiam ser facilmente apanhadas à mão; corriam em "grande desordem" e usavam o bico afiado, tanto para se defender como para atacar;

sistema
terrestre

padrão do movimento
não-migradora

ameaças
foi conhecida a partir de vários relatos e ilustrações de viajantes (Cheke, 1987) e de numerosos ossos (Cowles, 1987);
tornou-se rara, segundo Leguat, em 1693, e extinguiu-se, provavelmente, por volta de 1700;
não voava e tinha um sabor agradável e, por esses motivos, presumivelmente foi caçada até à extinção (Cheke 1987), embora os gatos introduzidos também sejam suspeitos de predar os seus ovos e filhotes;
para além da semelhança física, a galinhola-vermelha e a galinhola de Rodrigues compartilhavam um comportamento curioso: quando uma pessoa lhes mostrava um tecido vermelho, reagiam com agressividade, atacando o pedaço de pano; os colonos aproveitavam-se dessa atitude, pois uma única ave apanhada emitia uma chamada de ajuda que atraía as demais e todas podiam assim ser abatidas com facilidade; o viajante inglês Thomas Herbert descreveu o comportamento da ave frente a um pano vermelho, em 1634:
“As galinhas têm um sabor parecido com o de porcos tostados, se for avistado um bando com doze ou vinte, mostre-lhes um pano vermelho, e com sua extrema e estúpida fúria voarão em direcção a ele, e se se derrubar uma, as outras podem ser facilmente capturadas, não mexendo uma palha até serem todas aniquiladas.”
muitas espécies endémicas da Maurícia  extinguiram-se após a chegada dos humanos e o ecossistema local foi bastante danificado, tornando-se difícil ser reconstruído; antes da visita dos europeus, a Maurícia era inteiramente coberta por florestas, mas muito pouco resta hoje devido ao desmatamento; a fauna endémica sobrevivente ainda está seriamente ameaçada; a galinhola-vermelha viveu ao lado de outras aves recentemente extintas, como o dodó, o papagaio-de-bico-largo, o papagaio-cinzento das Maurícias, o pombo-azul das Maurícias, a coruja das Maurícias, o galeirão das Mascarenhas, Fulica newtonii, o ganso das Maurícias, Alopochen mauritiana, o marrequinho das Maurícias, Anas theodori e a garça-nocturna das Maurícias,  Nycticorax mauritianus; os répteis extintos da Maurícia incluem as duas espécies de tartarugas-gigantes endémicas (Cylindraspis ineptaC. triserrata), o lagarto Leiolopisma mauritiana, e a jibóia da Ilha Round, Bolyeria multocarinata; a raposa-voadora-pequena das Maurícias, Pteropus subniger e o caracol Tropidophora carinata viveram na ilha Maurícia e na ilha da Reunião, mas desapareceram ambas; algumas plantas, como a Casearia tinifolia e a orquídea Angraecum palmiforme, também se extinguiram.

fontes
Avibase, [url] https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=3DC77A87D491169C, ac. 02.03.2017.

IUCN Red List, [url] BirdLife International. 2016. Aphanapteryx bonasia. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22728884A94999673. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22728884A94999673.en. Downloaded on 02 March 2017.

Wikipedia, [url]  https://pt.wikipedia.org/wiki/Galinhola-vermelha-de-maur%C3%ADcio, ac. 02.03.2017.
                                                    


última actualização:
03.03.2017.






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