Imagem de François
Leguat (1891), The voyage of François Leguat of Bresse, to
Rodriguez,
Mauritius, Java, and the Cape of Good Hope.
reino Animalia
filo Chordata
classe Aves
ordem Columbiformes
família Raphidae
nome científico Pezophaps
solitaria Gmelin
nome comum Solitário
de Rodrigues, Rodrigues solitaire, Dronte de Rodrigues, Solitario de Rodrigues
EXTINTO
1778
última localização
Ilha de Rodrigues, Arquipélago das
Mascarenhas
características e taxonomia
ave
não-voadora columbiforme, parente distante do dodó;
foram colectados grande número de ossos,
mas não há nenhum espécime montado;
caracterizava-se por uma grande e rara
protuberância no osso da base do polegar que, no animal vivo, estaria coberta
por uma grossa camada de pele, parecendo ter uso defensivo (uma protuberância
similar pode ser encontrada no ganso do Canadá); essa protuberância tinha um
formato de couve-flor, com dois ou, mais raramente, três lóbulos; a estrutura
tinha cerca da metade do comprimento do metacarpo, e era maior no macho do que
na fêmea; foi descrita como sendo do tamanho de uma bala de mosquete e a maior
já encontrada mede 3,29 centímetros de diâmetro; o tamanho dos calos variava
entre os espécimes e estavam ausentes em 58% das amostras examinadas; acredita-se
que tais exemplares são de solitários jovens ou sem territórios para defender;
os carpo-metacarpos sem calos de machos eram menores, em média, do que aqueles
com a protuberância, mas nas fêmeas o tamanho variava muito pouco; em vida, os
calos podem ter sido cobertos por um tegumento cartilaginoso ou queratinoso
resistentes, o que teria feito com que parecessem ainda maiores; na família dos
columbídeos os pombos coroados e o pombo-gigante, Natunaornis gigoura,
possuem uma protuberância sobre o carpo-metacarpo semelhante ao da fêmea do
solitário; o mesmo acontece em algumas espécies de patos como o Merganetta armata, o pato-ferrão e os do gênero Tachyeres, além dos anhimídeos, da pomba-antártica e do extinto
Xenicibis xympithecus, uma espécie de íbis terrestre que viveu na Jamaica;
o bico era ligeiramente adunco e o pescoço
e as pernas longos; um observador descreveu-o como do tamanho de um cisne; o
crânio tinha 17 cm de comprimento, era achatado no topo com as partes
anteriores e posteriores elevadas em duas cristas ósseas estruturadas com osso
esponjoso; uma protuberância de cor preta (uma descrição da época descreveu-a
como uma "testeira") existia na cabeça, logo atrás da base do bico; a
plumagem foi descrita como cinza e castanha; a fêmea era mais pálida do que o
macho e tinha elevações de cor clara na parte inferior do pescoço;
a diferença de tamanho nesta espécie,
devido ao dimorfismo sexual, é talvez a maior dentre todos as aves neognatas; o
macho era consideravelmente maior do que a fêmea, medindo 90 cm de comprimento
e pesando até 28 kg, enquanto a sua companheiras tinham 70 cm de altura e
pesavam 17 kg, o que corresponde apenas a 60% do peso de um macho adulto; o
peso do solitário pode ter variado substancialmente ao longo dos ciclos de engorda,
ou seja, o animal engordava durante as estações mais amenas, e emagrecia
durante as estações quentes; o macho podia reduzir o peso até 21 kg e a fêmea até
13 kg;
o
solitário possuía traços em comum com o dodó, seu parente mais próximo, tais
como o tamanho e detalhes do crânio, pelve e esterno; porém era diferente em
outros aspectos: era mais alto e mais esbelto do que o dodó e tinha crânio e
bico menores, a cúpula craniana mais plana e órbitas maiores, o pescoço e as
pernas eram proporcionalmente mais longas e o dodó não possuía um equivalente à
protuberância do carpo do solitário; muitas características do esqueleto destas
duas espécies eram únicas entre os pombos que evoluíram para se adaptar à
incapacidade de voar: os elementos pélvicos eram mais espessos do que os dos
pássaros que voam (para sustentar um peso maior), a região peitoral e as asas
sofreram pedomorfose (subdesenvolveram-se, retendo características juvenis na
idade adulta); no entanto, o crânio, o tronco e os membros pélvicos foram
peramorfizados, ou seja, tinham aspecto como se se tivessem desenvolvido além do
grau de maturidade da ave;
tanto o macho como a fêmea possuíam, por
vezes, em alguns ossos da asa, estruturas semelhantes à protuberância óssea da
base do polegar;
a comparação do citocromo b mitocondrial
e das sequências 12S de RNAr, isolados de um tarso de dodó e de um fémur do
solitário de Rodrigues, confirmou o parentesco próximo entre estas duas aves,
bem como sua classificação na família Columbidae; a interpretação destas
evidências genéticas mostrou que o "primo" vivo mais próximo deles é
o pombo de Nicobar (Caloenas nicobarica), que habita o sudeste
asiático, seguido pelas gouras (Goura
spp.) da Nova Guiné e pela manumea (Didunculus strigirostris – Dudunculus
significa “pequeno dodó” em Latim) da Samoa;
etimologia
dos nomes
quem lhe chamou, pela primeira vez, "solitário"
foi o explorador francês François Leguat, aludindo aos hábitos solitários do
animal; acredita-se que o tenha retirado de um relato de 1689 feito por Marquis
Henri Duquesne, seu patrocinador;
a ave foi descrita cientificamente pela
primeira vez em 1789 como se fosse uma espécie de dodó, sendo baptizada de Didus solitarius, com base na descrição
de Leguat, por Johann Friedrich Gmelin na décima terceira edição do Systema Naturae;
Hugh Edwin Strickland e Alexander
Melville sugeriram a ideia de um descendente comum do solitário de Rodrigues e
do dodó, em 1848; dissecaram o único espécime conhecido de dodó que ainda
possuía tecidos moles e compararam-no com os poucos resquícios de solitários de
Rodrigues então disponíveis; Strickland afirmou então que, embora não fossem
idênticas, as aves compartilharam muitas características distintivas nos ossos
da perna, até então só conhecidas em pombos; o facto de o solitário pôr apenas
um ovo, alimentar-se de frutos, ser monogâmico e cuidar dos filhotes, também apoiou
a ideia deste parentesco; o pesquisador reconheceu ainda a sua distinção genérica
e nomeou o novo género de Pezophaps, do
grego antigo "pezos" ("pedestre") e "phaps"
("pombo"); as diferenças entre os sexos da ave eram tão grandes que
Strickland pensou que o macho e a fêmea pertencessem a espécies diferentes, baptizando
a fêmea, menor, de Pezophaps minor; um estudo posterior sobre as
características esqueléticas, realizado por Alfred e Edward Newton, indicou que
o solitário era morfologicamente intermediário entre o dodó e os pombos comuns,
mas diferente deles pela protuberância carpal, única entre essas aves;
uma descrição atípica do século XVII, de
um suposto dodó e de ossos encontrados na ilha de Rodrigues, agora conhecidos por
terem pertencido ao solitário de Rodrigues, levou Abraham Dee Bartlett a nomear
uma nova espécie, Didus nazarenus termo que, actualmente é um sinónimo
júnior do solitário de Rodrigues.
ocorrência, habitat e ecologia
era endémico da ilha de Rodrigues;
ficou conhecido a partir de numerosos
relatos históricos (Cheke 1987), como os de Leguat em 1708, fornecendo detalhes
particularmente ricos;
é provável que tenha habitado a floresta
seca e matorral;
observações do solitário em vida parecem
indicar que era uma ave bastante territorial e provavelmente resolvia as
disputas golpeando-se uns aos outros com as asas e, adicionalmente, usando,
também, as protuberâncias carpais como armas; fracturas encontradas em ossos de
asas são uma evidência de que eram usadas em combate; apesar de alguns ossos de
dodó terem sido encontrados com fracturas curadas, esta espécie tinha músculos
peitorais mais fracos e asas menos desenvolvidas em comparação com o solitário;
uma vez que chove menos em Rodrigues e há uma variação sazonal maior do que na
Maurícia, o que teria afectado a disponibilidade de recursos naquela ilha, o
solitário teria mais motivos para evoluir com um comportamento territorial
agressivo; vários relatos afirmam que também se defendiam com uma bicada
poderosa;
além de servir como arma, tanto o macho
como a fêmea do solitário também usavam as asas para se comunicar, pois podiam
criar sons de baixa frequência que serviam para interagir com parceiros ou
alertar rivais, mas não se sabe exactamente como esse som era gerado; o ruído
podia ser ouvido a 182 m de distância, e este pode, portanto, ter sido o
tamanho do território de um indivíduo;
com base em estimativas de peso, tem
sido sugerido que o macho podia chegar aos 28 anos de idade e a fêmea aos 17;
Leguat afirmou que o solitário se
alimentava de tâmaras, enquanto Tafforet mencionou que comia sementes e folhas;
nenhum outro relato da ave fala sobre a sua dieta; acredita-se que o animal
comia frutos de palmeiras do género Latania, competindo por este alimento com
as tartargas-gigantes das Maurícias e as tartarugas-gigantes-das-Maurícias-de-carapaça-de-sela, também extintas devido à acção do homem; não se sabe como os filhotes eram alimentados,
mas os pombos, "primos" do solitário, fornecem leite de papo às crias;
os grandes papos das fêmeas podem ter sido recobertos internamente com
glândulas secretoras capazes de produzir o leite de papo; se esta teoria
estiver correcta, cada casal da espécie pode ter feito uma divisão do trabalho,
na qual a fêmea alimentava e cuidava dos filhotes, enquanto o macho trazia
comida no papo e o entregava à sua parceira; vários relatos de época afirmam
que o solitário usava pedras na moela; os dodós também o faziam, o que sugere
que tinham uma dieta parecida; Leguat descreveu as pedras no trecho a seguir,
frisando que o solitário recusava-se a alimentar-se em cativeiro:
“Estas aves, por vezes, muito
familiarmente aproximam-se de nós. Assim que eram apanhadas derramam lágrimas
sem chorar, e recusam-se a alimentar-se até morrer. Encontrámos nas moelas de
machos e fêmeas uma pedra castanha do tamanho de um ovo de galinha, um pouco
áspera, plana de um lado e arredondada do outro, pesada e dura. Acreditamos que
esta pedra estava lá quando eles nasceram, porque mesmo nos mais jovens sempre era
encontrada. Nunca têm mais do que uma pedra, além disso, a passagem do papo
para a moela é tão estreita que algo com a metade do tamanho não conseguiria
passar. Serve para amolar as nossas facas melhor do que qualquer outra pedra.”
em 1877 foram encontradas três pedras
numa caverna em Rodrigues, cada uma perto de um esqueleto de solitário, e
acredita-se que fossem pedras de moela como as mencionadas por Leguat; uma das
pedras foi examinada e identificada como um dolerito: um pouco áspera, dura e
pesada, com cerca de 50 g, mas quase plana de um dos lados, como descrito por
Leguat; isto pode ser devido à sua associação com um indivíduo jovem; muito embora
Leguat tenha afirmado que a ave saía do ovo já com a pedra no interior da
moela, na realidade os adultos é que davam a pedra para que os filhotes a
engolissem;
o relato mais detalhado dos hábitos
reprodutivos do solitário de Rodrigues é o que está escrito nas memórias de
Leguat; descreveu o acasalamento e a nidificação da seguinte maneira:
“Quando essas aves querem construir os seus
ninhos, escolhem um lugar limpo, juntam algumas folhas de palmeira e amontoam-nas
até um pé e meio de altura do solo, sobre as quais se sentam. Nunca põem mais do
que um ovo, o qual é muito maior do que o de um ganso. O macho e a fêmea revezam-se
em turnos para chocá-lo, e o ovo não eclode até que se tenham passado sete
semanas. Os pais ficam o tempo todo próximos do seu filhote ou levando-lhe comida,
porque não é capaz se virar sozinho durante vários meses. Não toleram que
nenhuma outra ave da sua espécie se aproxime a menos de duas centenas de jardas
do local; mas o curioso é que o macho nunca se afasta da fêmea, quando percebe
um intruso, faz um ruído com as asas para chamar sua companheira e ela expulsa
o estranho indesejável ... A fêmea faz o mesmo com os machos ... Nós observámos
esse comportamento várias vezes, e eu confirmo que é verdade. O combate entre
eles nesta situação às vezes é muito demorado, pois o intruso pode ficar apenas
rondando e não simplesmente afastar-se do ninho. No entanto, o casal não o
deixará em paz até conseguir repeli-lo para fora do seu território. Depois de
terem cuidado dos seus filhotes, e de os deixar alimentando-se por conta própria, permanecem
sempre juntos (...) e embora aconteça misturarem-se com outros da mesma
espécie, estes dois companheiros jamais se separam. Notamos que alguns dias
depois do jovem deixar o ninho, um grupo de trinta ou quarenta traz um outro
jovem e o agora já emplumado solitário, juntamente com o pai e a mãe, unem-se
ao bando, marchando para outro lugar. Várias vezes nós os seguimos e
descobrimos que depois os mais velhos partem sozinhos ou em casais, e deixam os
dois jovens juntos, o que nós chamamos de um casamento.”
a descrição da postura de um único ovo
por ninhada e o grande porte da ave levaram os especialistas a acreditar que o
solitário era do tipo K-selecionado, ou seja, produzia um número pequeno de
descendentes altriciais, o que exigia cuidado intensivo dos pais até que os
filhotes atingissem a maturidade; grupos com solitários juvenis sem parentesco
entre si sugerem que formavam creches, que acompanhavam adultos procurando
alimento como parte do processo de aprendizagem; um estudo de resquícios
subfósseis constatou que a protuberância carpal só se desenvolvia após a ave
atingir a maturidade esquelética;
o relato de Tafforet confirma a
descrição de Leguat sobre o comportamento reprodutivo, acrescentando que os
solitários de Rodrigues podiam inclusive atacar seres humanos que se
aproximassem de seus filhotes:
“Eles não voam de modo algum, as suas
asas não têm penas, mas quando estão com raiva batem as asas fazendo um grande
barulho, e o ruído é algo como um som de um trovão distante. Põem, como sou
levado a supor, apenas uma vez no ano, e somente um ovo. Não que eu tenha visto
seus ovos, pois não tenho sido capaz de descobrir onde estão. Mas eu nunca vi
mais do que um filhote com eles, e se alguém tentar aproximar-se, eles podem
tentar morder gravemente. Estas aves vivem de sementes e folhas de árvores que
catam no chão. Têm uma moela maior do que uma mão, e o que é surpreendente é
que dentro dela há uma pedra do tamanho de um ovo de galinha, de formato oval,
um pouco achatada, embora este animal não consiga engolir nada maior que um
pequeno caroço de cereja. Costumo comê-los: têm um sabor bem razoável quando
tostados.”
sistema
terrestre
ameaças
era muito raro em 1761, quando Pingré
foi informado da sua existência; Morel relatou em 1778 que as aves estavam certamente
extintas (Cheke 1987);
a certeza é que o solitário de Rodrigues
provavelmente tornou-se extinto em algum momento entre as décadas de 1730 e
1760; a data exacta é desconhecida; o seu desaparecimento coincidiu com o
comércio de tartarugas, entre 1730 e 1750; os comerciantes queimavam a
vegetação, caçavam os solitários e levavanm nos navios gatos e porcos que
atacavam os ovos e filhotes da ave; em 1755, o explorador francês
Joseph-François Charpentier de Cossigny tentou obter um espécime vivo, porque asseguraram-lhe
que o solitário ainda vivia em áreas remotas da ilha; apesar de tentar durante
18 meses e oferecer grandes recompensas, nenhum solitário foi encontrado; os
gatos foram apontados como os responsáveis por dizimar a espécie, mas ele
suspeitava que, em vez disso, a caça por seres humanos era a grande culpada; o
astrónomo Alexandre Guy Pingré não encontrou solitários quando visitou
Rodrigues para observar o trânsito de Vênus de 1761, apesar de lhe ter sido
assegurado de que ainda existiam; o seu amigo Pierre Charles Le Monnier nomeou
a constelação Turdus Solitarius em homenagem ao pássaro para
celebrar a viagem; embora o solitário de Rodrigues seja o único pássaro extinto
a ter uma constelação antiga com o seu nome, cartógrafos celestes não sabiam
como era a aparência do animal e os mapas estelares retratavam outras aves;
em 1786, ossos subfósseis de solitários,
incrustados em estalagmites, foram descobertos numa caverna e enviados para o
naturalista Georges Cuvier, por volta de 1830; por razões desconhecidas, ele
afirmou que o material havia sido recém descoberto na Maurícia, o que gerou uma
certa confusão, até que os restos foram comparados com outros ossos de solitários
e constatou-se pertencerem à mesma espécie; estes achados confirmaram as
descrições de Leguat, mas naquele momento já não havia moradores de Rodrigues
que se lembrassem de ter visto espécimes vivos; em 1831, um homem que viveu em
Rodrigues durante 40 anos, disse que nunca viu aves grandes o suficiente para
ser solitários; a ilha Rodrigues abrange uma área de apenas 104 km2, o que
torna improvável que a ave tenha sobrevivido por muito tempo sem ser detectada;
subfósseis também foram descobertos
durante a década de 1860, mas os vestígios mais completos continuam a ser os
encontrados durante o trânsito de Vênus de 1874, quando uma estação de
observação astronómica foi alocada na ilha; muitas dessas escavações foram
solicitadas pelos irmãos Alfred e Edward Newton, que usaram o material
recolhido para descrever a osteologia da ave em detalhes; milhares de ossos
foram recuperados, permitindo a montagem de esqueletos a partir do que sobrou
de vários espécimes; foi sugerido que o esqueleto desta espécie é o melhor já
descrito depois do dos seres humanos; apesar disso, alguns estudiosos duvidaram
mais tarde da história de Leguat, e da própria existência do solitário de
Rodrigues; em 1921, G. Atkinson afirmou que o livro de memórias do viajante
francês era apenas um romance, e que o homem talvez nunca tivesse existido; em
1955, o ecologista George Evelyn Hutchinson afirmou que duvidada de aspectos da
biologia das aves mencionadas por Leguat; actualmente, as memórias de Leguat
são amplamente aceites como observações credíveis do solitário em vida.
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http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22690062A93259685.en. Downloaded
on 01 March 2017.
HUMEA, Julian Pender & CHEKEB, Anthony S. The white dodo of Réunion Island: unravelling a scientifi c and
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[url] https://archive.org/details/voyageoffranoi01legu, ac. 01.03.2017.
STRICKLAND, Hugh E.;
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Bourbon, Londres: Reeve, Benham and
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última actualização:
04.03.2017
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