reino Animalia
filo Chordata
classe Reptilia
ordem Testudines
família Testudinidae
nome científico Cylindraspis
indica Schneider
sinónimos Chersina
grayi Strauch, Chersine retusa Merrem, Cylindraspis
borbonica Bour, Testudo perraultii Duméril
and Bibron, T. graii Duméril and Bibron, T.
tabulata africana Schweigger
nome comum Tartaruga-gigante
da Reunião, Réunion giant tortoise, Tortue géante de La Réunion
EXTINTO
1800
última localização
Ilha de Reunião
características
esta tartaruga gigante podia atingir
cerca de 1,20 metros de comprimento linear de carapaça e pesar cerca de 150 kg;
os machos eram maiores do que as fêmeas
e ambos podiam viver cerca de 200 anos;
ocorrência, habitat e ecologia
endémica da parte oeste e central da
Ilha de Reunião;
alimentava-se de folhas caídas das
árvores, folhagem rasteira, frutos, flores, cactos, sementes e mesmo carniça;
"Estas tartarugas são encontradas
no topo de uma montanha que está quase completamente coberta por elas.
Anteriormente, existiam ainda mais, mas como a ilha tem sido constantemente
visitada, muitas têm sido abatidas. Diz-se que uma tartaruga pode viver até 300
anos, mas já que a ilha não tem sido muito habitada, isso é incerto. No
entanto, vêm-se tantas com 2,1 metros de circunferência (perímetro) e os
habitantes dizem que durante vários anos não há nenhum sinal de que elas tenham
crescido. Há um tempo certo para a postura dos ovos, pois é o sol que os
incuba. Uma coisa que vale a pena comentar é que elas ficam 4 meses, a cada
ano, sem comer e nem beber e durante os restantes outros 8 meses põem os
ovos e alimentam-se para obter o sustento de que necessitam nos 4 meses
seguintes. Hoje é o início de um período de escassez e de acordo com os
habitantes, há apenas tartarugas suficientes para mais 4 anos"(Luillier
1703).
população
"Existe um grande número delas, a sua
carne é muito delicada e a gordura ou óleo de manteiga é uma das melhores e
serve para todos os tipos de molhos. As maiores tartarugas podem levar
facilmente um homem em cima delas" (Du Quesne, 1650);
"Ao amanhecer, deixamos esta
encantada paisagem onde encontramos apenas um inconveniente, que foiba grande
quantidade de tartarugas, que nos empurravam de todos os lados e muitas vezes
até debaixo de nós. Tivemos grandes problemas para nos defendermos delas e como
resultado, fomos incapazes de dormir. As tartarugas são animais muito feios,
mesmo sendo muito bons para comer, o fígado é particularmente excelente. O óleo
também é excelente para fritar todos os tipos de coisas. Além disso, tem
propriedades maravilhosas contra a dor, os nossos cirurgiões muitas vezes tiveram
provas felizes disto. As tartarugas mantêm sempre um pé fora do chão e três pés
no chão, dando um passo por vez e dessa forma andam por toda a
montanha"( Carpeau du Saussay, 1666);
"As tartarugas encontradas lá são
do tamanho de duas bandejas. As populações delas são tão grandes que embora a
tripulação da frota General de la Haye, tenha comido duas ou três centenas delas todos
os dias não se verificou qualquer efeito de diminuição no número de animais.
Vêm-se a cada hora do dia rebanhos de centenas descendo as montanhas. O que é
melhor neste animal é o fígado, a carne do plastrão também é muito boa, a sua
gordura quando transformada em óleo é boa e muito saudável. Por vezes
encontra-se em uma única tartaruga três ou quatro ovos, que são excelentes,
uma vez bem cozidos. Este animal tem pernas muito curtas e gordas, é difícil
dizer se caminham ou rastejam. São surpreendentemente fortes, muitas vezes nas nossas caminhadas colocámo-nos em cima das carapaças
para ver se poderiam apoiar-nos sem dificuldades, mas era como se não
tivessem nada em cima. É um alimento muito bom para ser levado nos
navios" (Melet, 1672);
"Toda a ilha está cheia de
tartarugas, são uma das boas coisas desta ilha. Têm pescoços longos e
as cabeças são como as das tartarugas da Europa, possuem uma cauda grossa e
quatro pernas. Medem entre 60 a 90 centímetros de comprimento, por 60
centímetros de altura. Uma dessas tartarugas pode levar um homem nas costas. A
carne da tartaruga é como a carne comum e a sua dobradinha tem o mesmo gosto. O
fígado destes animais é muito grande e é o bocado mais delicioso que se poderia
comer. Há o suficiente para quatro pessoas comerem num desses fígados. Nos
flancos existem placas contendo gordura que se extrai ao
derreter, um óleo que nunca congela. Este óleo é tão bom para todos os tipos de
coisas, gera a melhor manteiga. Estas carapaças normalmente produzem 2 potes de
óleo" (Dubois, 1674);
sistema
terrestre
ameaças
a extinção foi causada pela intervenção
humana; a ilha foi visitada inicialmente por marinheiros europeus, árabes e
polinésios, que começaram a caçar as tartarugas em enormes quantidades, para
encher os porões dos navios com esse alimento, que sobrevivia por 4 meses sem
comer nem beber e fornecia uma carne fresca e de qualidade, durante muito
tempo; a ilha foi reclamada em 1644 pela
Companhia Francesa das Índias Orientais, que levou à ilha colonizadores franceses
e escravos africanos; com a ocupação ocorreu a introdução de animais exóticos
na Ilha, em geral animais domésticos, que prejudicaram de forma intensa o
estilo de vida das tartarugas, reduzindo assim a sua população;
em 1764 a ilha passou a ser governada
directamente pela França e as revoltas dos escravos propiciaram a fuga de
muitos deles para o interior e o estabelecimento de povoados próprios,
reduzindo as áreas que antes eram ocupadas pelas tartarugas (a Reunião possui
uma extensão de apenas 2.510 km2); finalmente conflitos na economia da ilha
(fim da escravidão dos africanos) acabaram por dizimar o restante das
tartarugas, chegando assim a extinção desta espécie;
em 1732, um cronista francês não
identificado escreveu: "A população de tartarugas está totalmente
destruída", sugerindo que apenas algumas tartarugas-gigantes tenham
sobrevivido; desapareceram por volta de 1730 no litoral da Reunião; sabe-se que
alguns exemplares viveram em cativeiro até ao ano de 1773 e que grupos isolados
no interior da Ilha de Reunião sobreviveram até a década de 1840, tornando-se a
espécie extinta após essa data.
fontes.
ITIS, Integrated Taxonomic System, [url] https://www.itis.gov/servlet/SingleRpt/SingleRpt?search_topic=TSN&search_value=949457#null, ac. 26.02.2017.
IUCN Red
List, [url] World Conservation
Monitoring Centre. 1996. Cylindraspis indica. The IUCN Red List of Threatened
Species 1996: e.T6061A12383518.
http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.1996.RLTS.T6061A12383518.en. Downloaded on 26
February 2017.
AVPH, Atlas Virtual da Pré-História,
[url] http://www.avph.com.br/cylindraspisindica.htm, ac. 26.02.2017.
última actualização:
04.03.2017.
Sem comentários:
Enviar um comentário